Alcançando a Maçonaria

Dissemos em outro lugar que buscar a Maçonaria pode ter várias causas e várias motivações.

Não perderemos o tempo do leitor analisando aquelas que se baseiam no interesse de posição e status social ou progresso material, que no íntimo do aspirante a maçom o predetermina em seu futuro próximo ou distante caso consiga entrar, ser em um lugar muito errado e, portanto, não encontrando o que você está procurando. Apenas o vazio e um profundo silêncio serão sua resposta final, decepção e até perplexidade.

Vamos nos concentrar em explicar, para fazer uma aproximação, para aqueles que realmente esperam encontrar na Loja aquele cenário em que seu progresso transcendental de sua espiritualidade possa ser uma realidade.

Há um velho princípio que indica que todos são chamados ao progresso espiritual, sem falta, mas nem todos possuem aquela qualidade especial que combina interesses de tipo transcendente com aqueles de tipo prático que produzem indivíduos com mais ou menos escrúpulos contra as situações de vida e com uma iniciativa muito estranha que os leva a encontrar a vida espiritual.

Diríamos que o candidato ideal para fazer parte de nossa Loja Maçônica é aquela pessoa, homem ou mulher, que viveu várias experiências das quais chegou a uma importante conclusão: nada ou quase nada satisfaz uma espécie de vazio que nem religião, vida, trabalho por trabalho, ou mesmo vida familiar, pode preenchê-lo. Uma rara sensação de sentir que "algo mais" deve estar nesta vida.

É uma sensação de inquietação permanente que só é afastada por experiências temporárias, mas que retorna de qualquer maneira. Esse sentimento se repete uma e outra vez. Há a consciência de que a plenitude e a paz não se instalaram dentro dele e que é preciso procurá-las com a ideia de que podem ser encontradas dentro de si mesmo, mas ele não sabe como, não existem ferramentas verdadeiramente eficazes para esse encontro.

Há uma suspeita pouco clara de que a vida oferecida pela sociedade contemporânea não proporciona equilíbrio, harmonia interior e, de fato, não explica os elementos constitutivos do ser humano: vê-se que ela os mina.

Fala-se por toda parte de fé e esperança a partir de uma perspectiva plana, sem qualquer tipo de análise que ultrapasse um certo nível ou corpo de esquemas que permita uma profunda correlação individual com a ordem social ou universal: a vida social é superficial.

O candidato ideal é aquela pessoa cuja formação moral é sólida e não lhe permite viver no cinismo ou no utilitarismo.

Além disso, o candidato descobre que é uma pessoa isolada no meio de pessoas capazes de fazer quase tudo por ganho financeiro, por orgulho egoísta de qualquer espécie e pela satisfação de paixões de todos os tipos. Uma pessoa com certa decepção social com o sonho de encontrar em algum cenário desconhecido uma nova forma de fazer as coisas em que os valores humanos sejam realmente cultivados, em que seja possível vivenciar novas realidades sem preconceitos, sem ressentimentos; um lugar ou um grupo de pessoas que podem apoiá-lo em seu crescimento pessoal de forma permanente e com total sinceridade.

O candidato ideal já deveria ter feito uma exploração pessoal das crenças religiosas, próprias e alheias, e nelas ter encontrado múltiplos buracos de informações e princípios que não permitem a análise das óbvias brechas oferecidas pelas doutrinas dogmáticas. Você tem que acreditar ou não acreditar, mas interpretações não são permitidas.

Ele deveria ter entendido que o mundo da política em muitos casos é um pântano perigoso e diante do qual há duas opções: arriscar até a vida, ou o moral... ou até mesmo retirar-se.

Um bom candidato à Maçonaria já deveria ter passado por algum tipo de desolação muito profunda, pela solidão do espírito, conhecendo o frio lunar da indiferença social e da inclemente pressão social...

Em suma, o melhor candidato é aquele que chega com cicatrizes profundas feitas pela própria vida, ou mesmo com alguma outra ferida ainda não cicatrizada... A pessoa que ousou viver, que acumulou experiências que lhe permitiram ver com clareza que há uma oportunidade de alcançar a regeneração através do amor, de continuar neste mundo, mas com outra visão.

O verdadeiro candidato à Maçonaria é aquele que sofre de uma espécie de asfixia espiritual que deve ser superada. Não vemos como alguém pode progredir em uma boa Loja Maçônica se não enfrentar questões de todos os tipos em seu ciclo de vida e em qualquer época ou idade conseguir entender que deve transcender...

E, por fim, o candidato deve ser capaz de apresentar um perfil de maturidade de tipo intelectual (não intelectual) que lhe permita compreender o caminho que deseja seguir.


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